Acabo de me encontrar, estou entre as palavras, saltando de uma linha para outra, em queda vertiginosa até o final desse parágrafo.
É possível encontrar-se quando se esta completamente perdido?
Uma folha em branco, uma caneta e um copo de vinho, não preciso de mais nada quando as idéias chegam ao meu encontro e a paixão guia à escrita como uma mão treinada executaria um Dvorák num violino.
A essência reside em mim e eu posso senti-la, e essa fagulha guia todos os aspectos da minha vida, molda meus gostos, gestos, meus amores, vícios e meu desprezo pelo cotidiano vulgar.
Alguns me tem como arrogante, outros me toleram por educação, quatro ou cinco gostam de mim do jeito que sou, mas apenas uma pessoa tenta me compreender, e errou quem pensou que esse bom samaritano é meu psiquiatra (também não sou eu, cansei de tentar me entender)
Mas uma coisa eu aprendi comigo, o motivo pelo qual ainda estou vivo: o desejo de que minha escrita sobreviva, pois quando não tiver mais nada para escrever, eu me mato, porque sem minha arte não me resta mais nada senão a sepultura.
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