sábado, 5 de maio de 2012

O mundo jamais esquecerá Marlene Dietrich



“As pessoas hoje vem aqui pro meu apartamento para me observar, ver o estrago que o tempo me causou” essa foi umas das frases mais bonitas ditas por Sylvia Bandeira ontem no palco, enquanto encarnava a diva alemã Marlene Dietrich.
A “montagem irretocável” (segundo a sincera Bárbara Heliodora) está em cartaz no teatro Nair Bello aqui em São Paulo e ontem foi minha segunda vez. Sim, gosto de repetir a dose e sempre tive tendências viciosas por Dietrich. Ontem descobri o perigo da equação whisky+ Chanson Française, o resultado?  O musical mal havia começado e lá estava eu, fazendo a Gal Costa e chorando embriagado a cada música executada( pérolas do cancioneiro francês: Sur le ciel de Paris, Ne me quitte pas, La vie en rose, etc...) A música aliás foi o que me levou a conhecer Miss Dietrich, lembro-me que me topei com seu Ne me quitte pas aos 15, enquanto todos na escola começavam a ouvir Spice Girls eu escutava Lili Marllene,  depois disso, é claro fiquei amarradasso,  Miss Dietrich virou uma musa pra mim, e sim, ela foi Miss D. abandonou o Frouline quando pediu a cidadania norte-americana para escapar de  Hitler, Hitler  aliás, que era seu fã declarado e queria-a devolvida à pátria , para que dessa forma  ela se tornasse diva máxima do cinemão III Reich.
Grande mulher essa Dietrich, não eram só suas pernas que eram do caralho, ela foi uma mulher muito foda, passeou por quase todas as formas de arte do séc. passado: teatro, cabaré, disco, cinema (mudo, falado, P&B, colorido) apresentou-se em circos e em trincheiras, foi a artista que mais arrecadou bônus de guerra para o exército americano, bônus que serviam para comprar bombas, bombas que caiam sobre Berlim, sua cidade amada, lugar onde ainda morava sua mãe. “Amo os alemães, por isso combato os nazistas”
E que vida ela teve, amada e odiada pelos mais interessantes homens (e mulheres) de sua época, Piaf, Gary Cooper, John Wilbert, Hemingway e tantos outros. Viveu intensamente Berlim no auge de sua glória intelectual, que nada mais era do que um salão de festas, rodeado por multidões famintas. E assim ela passou durante um bom tempo, antes da carreira decolar com o primeiro filme significativo “ Anjo azul” de 1930 e pela primeira vez dirigida por um diretor ousado: Josef Von Sternberg.
Amanhã, dia 6 de maio, faz 20 anos de sua morte tranquila num apartamento em Paris, fico feliz e me sinto menos solitário ao ver que ainda existam pessoas que valorizam o seu trabalho e que de alguma forma contribuem para que o Legado de Miss. Dietrich não desapareça “blowing in the wind”, foram mais de 55 filmes, centenas de fotos e uma lição de amor e liberdade que tem o dever de se eternizar nos anais da nossa história.

O musical pra rapaziada que tiver afim de ver fica em cartaz até dia 27 de maio no teatro Nair Bello do shopping Frei Caneca, Sylvia está deslumbrando.
Sexta, 21h30; sábado, 21h; domingo, 18h.
Valor R$ 60,00


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