sábado, 15 de dezembro de 2012

PÃN-TACULO

O SER, e como ele circula dentro de mim, EU SOU uma multidão de índios que vieram antes no meu nascimento, EU SOU a batida desse mundo errado, um tambor universal que nunca para, a cítara, a flauta, os chocalhos, as guitas e os baixos do meu sub-mundo particular, EU SOU as profecias, os jogos de sinuca, de tarot e de conchas brancas sobre um tecido púrpura, EU SOU os planetas, as Plê
iades, os incensos e as linhas no cristal, os círculos, os sinos e os sinais, os cães, os mendigos, a FOME, a fama. O des-alinho do planetinha azul em meio ao universo surfando nas ondas do CAOS, CAOS, CAOS, ÓDIO, VIOLÊNCIA, ÓDIO, VIOLÊNCIA, CAOS, des-humanizaram a palavra humano, tá tudo errado, tudo sujo, tudo podre, queima Babylonia queima queima, queima Babylonia queima queima, queima Babylonia queima queima ! Shhhhhhhhhhhhhh silêncio no ambiente por favor que Bebel vai cantar. EU quero me enfiar na terra e dormir por quinhentos anos, PAZ, criar raízes, florescer numa cerca qualquer , dar frutos doces, adubar uma plantação de laranjas, quero o silêncio das igrejas em abandono, a sombra das palmeiras, o cio, o ócio, o sagrado, o SER que circula dentro de mim não para, não dorme, não pede, ordena, não se satisfaz com pouco, deseja o TODO, o NADA, o amanhã para ele é tarde demais, ele quer o AGORA, JÁH.






BABY DOLL ou BOM DIA SEXTA-FEIRA


Over-dose-girrrrrrl, diva eletrificada do cinema digital, Sônia-braga-abundante, 50 conto de pó em cada narina apertadinha, haxixe-xamã dichavado entre os molares e plataformas da Amy- Winehouse, perfume de Jáh escorrendo pelos poros e Lei di dai cantando nos guetos do mp3. Ele virou pedra com teu olhar baby, virou um zumbizão tipo walking dead deprimido, e seu ol

har era um olhar feroz, olhar de Medusa ordinária e sanguessuga, de mulher filha-da-puta, leoa escandalizante e tropical... no fim é sempre você e eu, resta-nos my baby-doll os night-clubs com baratas voadoras e loiríssimas versões de Summertime, os seguranças embasbacados, as brigas nos caixas, a ganja bem apertada dividida com os exús e outras celebrit`s da noite, nossas caronas surrealistas, as doses do Red paraguayo do Charles Bronson baixo-augusto, o ovo cozido no bar das amistosas, dividido ao meio com uma precisão cirúrgica às cinco da matina, a sinuca de quinta todas as segundas, nosso video-game da década passada, nossas anotações, toneladas de histórias em quadrinhos e todos os discos do Caetano Veloso. MAL-DITA é a noite que dilui as doses, que seca os copos e possui os corpos, MAL-DITA é sua pescaria, por favor baby, as bolas estão todas na mesa, o taco entre os dedos espera a tua jogada e não uma punhetinha, os 27 anos estão te destruindo, a boca do furacão está sugando sua alma com um beijo farpado e a cada noite que passa a vida te corta um membro, um braço, uma orelha, um dedo, toca o foda-se de uma vez, manda tudo pro saco, toma um banho de rosas, grita, esperneia, rí, chora, dança, brinca, vira o diabo e tatua um sorriso na cara, um sorrisão vermelho, batom de puta rampera, lindo, você mesma não fala que viver é foda? Então baby, come a vida de quatro e sem vaselina, dá uns tapinhas na bundona flácida do destino arranca a raiz do futuro com os dentes.









SILVANA STRABIKA


Eu sou Silvana Strabika, artista plástica, elástica, compacta, muito prazer...Eu pinto com sangue, de menstruação, dentro da minha boca cabem até as bolas, as bolas de um canhão, bebo gasolina direto da mangueira, cuidado 

baby! Só ando armada pelas ruas...de balinhas, roxas, verdes, azul escuro...cinzas. Como você bem pode ver não estou pra brincadeira, ENTÂO ME COME, mas pare de me vomitar a semana inteira, é isso mesmo baby, o rolê é assim, bem Nina Simone mesmo, love-me or leave me. Gosto dos signos, de comer carne mal-passada, de calcinha fio dental vermelha e caldo de cana, velas aromáticas, incenso, arruda...gosto também de guitarras, do rock`n roll à psicodelia não tenho pré-conceitos, enfim curto também todos os narcóticos de uma forma geral e quando gosto de verdade de um cara ele tá fudido e mal pago, dou um presente pra Norma Bengell e deixo o despacho na porta dele, cravo, anis, pimenta, perfume e uma galinha bem gordona e depenada sangrando no seu tapetinho de lar doce lar. Faço vibrar celulares com a eletricidade que corre na minha pele, duvida? Pode encostar.