sexta-feira, 23 de novembro de 2012

SÓ RESTARAM PARA FLORBELA SEUS SONETOS DE AMOR


A vida sorri pra mim num mixto-quente de rock`n roll & prelúdio de Wagner, a morte baixou o pano sobre o ato final, fim, por favor mocinha traga mais uma dose de GIM! Callas se calou, desafinada como um pássaro cansado decidiu parar de cantar no meu peito, virou uma esfinge de signos, oca e sombria, fim baby, fim, basta, essa noite eu digo adeus aos fa
dos do destino, vou riscar todos os discos da Amália, a tragédia acabou, decidi ser um amante da vida, um Rodolfo Valentino paraguaio, um latin-lover-locão, vou inventar minhas próprias histórias, minha Tosca salvou Caravadossi das balas, saltou do muro e abriu um paraquedas iluminado e macio sobre uma Roma incendiada, minha Ofélia mergulhou no Avon usando um snorkel e montou uma banda de free Jazz com as sereias do rio. Tudo é silêncio e fogo dentro do peito e no meio dos escombros do bombardeio uma rosa floresce, Sylvia abre o forno pra tirar a lasanha congelada, Dalida ainda está viva e passa os últimos anos de vida na Jamaica fumando até a última ponta e dançando reggae com uma Winehouse re-habilitada. SILÊNCIO, gaitas gritam e choram de alegria, é a noite, aaaaaah a noite que se aproxima e o fantasma que rondou minha cama tal qual um gato carente se desfaz em minhas mãos, só restaram de Florbela seus sonetos de amor






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