sexta-feira, 24 de agosto de 2012

CORAÇÃO DE SASHIMI


Tem um chinesinho de merda dentro de mim, ele fica revirando meu coração de um lado proutro com agulhas cumpridas (cirúrgicas) é como se o músculo fosse um pedaço gordo de peixe ou algo assim, uns trezentos cavalos já foram engolidos com o café da manhã, o pior já passou, eu digo pra mim mesmo enquanto as agulhas fincam no meu peito, os cavalos selvagens que eu tenho de silenciar, a montanha russa em que vivemos está mais pra roleta do que qualquer coisa baby, a arma está carregada? Quando eu, no auge da minha loucura atravessei a cozinha para toma-la de suas mãos ela estava carregada, não estava? E você falando da garrafa de whisky que eu me livrei com uma descarga? você que tem uma arma no guarda-roupa, pesadona e invocada, você que está do meu lado e ao mesmo tempo contra mim, que me ama e me odeia, a dualidade está presente na nossa relação bem como a tragédia que anda de mãos dadas cada vez que você entra bebaço no carro, vamos comprar uma garrafa de Chandon, você disse sorrindo, lindo alias, o carro sendo rebocado pela empresa de seguros, vamos comemorar a vida, sobrevivemos! A placa em que batemos foi arremessada longe e demoraram dias para recolocar outra no lugar, tudo ficou amassado e retorcido mas você me amava pra caralho e tudo ficou bem, mas agora quando você sai sem dizer adeus é assim que eu fico porra, amassado, retorcido e com o chinesinho de merda revirando o sashimi gelado que eu tenho dentro do peito.


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