Tem um chinesinho de merda dentro de mim, ele fica revirando
meu coração de um lado proutro com agulhas cumpridas (cirúrgicas) é como se o
músculo fosse um pedaço gordo de peixe ou algo assim, uns trezentos cavalos já
foram engolidos com o café da manhã, o pior já passou, eu digo pra mim mesmo
enquanto as agulhas fincam no meu peito, os cavalos selvagens que eu tenho de
silenciar, a montanha russa em que vivemos está mais pra roleta do que qualquer
coisa baby, a arma está carregada? Quando eu, no auge da minha loucura
atravessei a cozinha para toma-la de suas mãos ela estava carregada, não
estava? E você falando da garrafa de whisky que eu me livrei com uma descarga? você
que tem uma arma no guarda-roupa, pesadona e invocada, você que está do meu
lado e ao mesmo tempo contra mim, que me ama e me odeia, a dualidade está
presente na nossa relação bem como a tragédia que anda de mãos dadas cada vez
que você entra bebaço no carro, vamos comprar uma garrafa de Chandon, você
disse sorrindo, lindo alias, o carro sendo rebocado pela empresa de seguros, vamos
comemorar a vida, sobrevivemos! A placa em que batemos foi arremessada longe e
demoraram dias para recolocar outra no lugar, tudo ficou amassado e retorcido
mas você me amava pra caralho e tudo ficou bem, mas agora quando você sai sem
dizer adeus é assim que eu fico porra, amassado, retorcido e com o chinesinho de
merda revirando o sashimi gelado que eu tenho dentro do peito.
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