quinta-feira, 23 de agosto de 2012

TIM BURTUN, JOHN WATERS & BILLY WILDER

De prima gostaria de deixar bem claro, acho Tim Burtun um porre, um péssimo roteirista, não gosto, não adianta o cara é ruim mesmo mas em contra partida tem um invejável senso estético, pronto, agora
 sim posso começar.

Serpente verde, sabor maçã, já me pegou pelo título, tava todo mundo falando da peça já, que era isso que era aquilo, fui ver na sexta passada e levei um susto, fiquei em choque a peça é boa pra caralho, o texto de Jô Bilac e Larissa Câmara conta as desventuras da Senhora G. (aliás, Lulu Pavarin está engraçadíssima no papel, hilária) bom, a Senhora G. é uma doida mas não uma doidinha qualquer, é uma doida digna de enlouquecer qualquer Napoleão de sanatório, mistura sonhos com realidade, conversa com xícaras e roseiras, Gloria Swanson em "Sunset Boulevard" é uma comparação adequada para o comportamento psicótico da personagem, que não satisfeita com sua loucura pessoal insiste em um peculiar senso de justiça em sua residência, a Senhora G. recebe suas visitas na sala, puxa o aparador e serve uma xícara de chá de maçã verde com conteúdo mortal, sim, depois de uma breve entrevista ela envenena suas visitas para mais tarde desovar os corpos no quintal debaixo de uma roseira, nem a Divine de John Waters (the filthiest person alive) no auge de sua carreira de crimes, nem ela foi capaz dessa idéia brilhante. A direção do delicioso espetáculo é de Lavínia Pannuzio, e a tal estética é um capítulo à parte, figurinos detalhistas, iluminação fluida e uma cenografia de encher os olhos, gostei muito e vou mais uma vez antes da temporada acabar, contando com a de hoje, só tem mais quatro apresentações em São Paulo.

foto: Gisela Schögel


















serviço:

SERPENTE VERDE, SABOR MAÇÃ
Local: Espaço Parlapatões
End: Praça Roosevelt, 158 - Consolação
Horários: quintas e sextas às 21 horas
Telefones: 93258-4449

Valor: R$ 30,00 R$ 15,00

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