sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

PARA ADRIANA ZAPPAROLI






Acabo de terminar mais um texto "MONALISA UNDERWEAR" 
aqui vai uma prévia dele:

" (...) Mona apaga sua raiva como um cigarro que chegou ao filtro:
– O pior é que as vezes, no olho do furacão, depois de ter tomado uísque, breja, de ter fumado quinhentos baseado, de cheirar um lança num lencinho verde-musgo, bate aquele zum zum zum zum na cabeça sabe! Aí a loucura chega até mim como uma mulher com cabeça de leão, nua, com garras e dentes enormes, e ela aperta meu pescoço até que minha alma escorre pelos poros, aí eu fico acompanhando tudo de longe, como uma poça d`água, recolhida, trêmula e pensando na minha mãe que casou virgem...

– O seu problema Mona, é que você não aceita a alegria, escolheu viver nas sombras e é só isso que te satisfaz, mas até quando vai permear o escuro sem deixar de ser tragada por ele, tomada de canudinho por todo esse mal que te envolve? Acha que a vida é bonita do seu lado da calçada baby? Deixa eu te contar uma novidade, a vida não existe dentro dos bares que você frequenta, e se existe alguma centelha de vida lá é porque certamente foi esquecida sobre o balcão por algum bêbado, seus amigos são fantasmas, zumbis, vampiros e todos esses personagens de filmes B da década de 70...Mas você é a fodona 
Mona Hard, uma estrela do rock, a famosona do rolê, já até cantou na televisão, uma estrela que tá se apagando aos poucos, perdendo a luz, a voz e agora eu te pergunto baby, o que vai restar de Mona Hard sozinha num quarto escuro? 


– Você tá exagerando Lagash.

– E você tá se destruindo aos poucos Mona, algumas pessoas são um salto mortal sem redes, você é pior ainda, é daquelas que enfiam a cabeça na boca do leão. Reaja baby...

– Pra quê? Por quem?


– Por você mesma ... "

sábado, 15 de dezembro de 2012

PÃN-TACULO

O SER, e como ele circula dentro de mim, EU SOU uma multidão de índios que vieram antes no meu nascimento, EU SOU a batida desse mundo errado, um tambor universal que nunca para, a cítara, a flauta, os chocalhos, as guitas e os baixos do meu sub-mundo particular, EU SOU as profecias, os jogos de sinuca, de tarot e de conchas brancas sobre um tecido púrpura, EU SOU os planetas, as Plê
iades, os incensos e as linhas no cristal, os círculos, os sinos e os sinais, os cães, os mendigos, a FOME, a fama. O des-alinho do planetinha azul em meio ao universo surfando nas ondas do CAOS, CAOS, CAOS, ÓDIO, VIOLÊNCIA, ÓDIO, VIOLÊNCIA, CAOS, des-humanizaram a palavra humano, tá tudo errado, tudo sujo, tudo podre, queima Babylonia queima queima, queima Babylonia queima queima, queima Babylonia queima queima ! Shhhhhhhhhhhhhh silêncio no ambiente por favor que Bebel vai cantar. EU quero me enfiar na terra e dormir por quinhentos anos, PAZ, criar raízes, florescer numa cerca qualquer , dar frutos doces, adubar uma plantação de laranjas, quero o silêncio das igrejas em abandono, a sombra das palmeiras, o cio, o ócio, o sagrado, o SER que circula dentro de mim não para, não dorme, não pede, ordena, não se satisfaz com pouco, deseja o TODO, o NADA, o amanhã para ele é tarde demais, ele quer o AGORA, JÁH.






BABY DOLL ou BOM DIA SEXTA-FEIRA


Over-dose-girrrrrrl, diva eletrificada do cinema digital, Sônia-braga-abundante, 50 conto de pó em cada narina apertadinha, haxixe-xamã dichavado entre os molares e plataformas da Amy- Winehouse, perfume de Jáh escorrendo pelos poros e Lei di dai cantando nos guetos do mp3. Ele virou pedra com teu olhar baby, virou um zumbizão tipo walking dead deprimido, e seu ol

har era um olhar feroz, olhar de Medusa ordinária e sanguessuga, de mulher filha-da-puta, leoa escandalizante e tropical... no fim é sempre você e eu, resta-nos my baby-doll os night-clubs com baratas voadoras e loiríssimas versões de Summertime, os seguranças embasbacados, as brigas nos caixas, a ganja bem apertada dividida com os exús e outras celebrit`s da noite, nossas caronas surrealistas, as doses do Red paraguayo do Charles Bronson baixo-augusto, o ovo cozido no bar das amistosas, dividido ao meio com uma precisão cirúrgica às cinco da matina, a sinuca de quinta todas as segundas, nosso video-game da década passada, nossas anotações, toneladas de histórias em quadrinhos e todos os discos do Caetano Veloso. MAL-DITA é a noite que dilui as doses, que seca os copos e possui os corpos, MAL-DITA é sua pescaria, por favor baby, as bolas estão todas na mesa, o taco entre os dedos espera a tua jogada e não uma punhetinha, os 27 anos estão te destruindo, a boca do furacão está sugando sua alma com um beijo farpado e a cada noite que passa a vida te corta um membro, um braço, uma orelha, um dedo, toca o foda-se de uma vez, manda tudo pro saco, toma um banho de rosas, grita, esperneia, rí, chora, dança, brinca, vira o diabo e tatua um sorriso na cara, um sorrisão vermelho, batom de puta rampera, lindo, você mesma não fala que viver é foda? Então baby, come a vida de quatro e sem vaselina, dá uns tapinhas na bundona flácida do destino arranca a raiz do futuro com os dentes.









SILVANA STRABIKA


Eu sou Silvana Strabika, artista plástica, elástica, compacta, muito prazer...Eu pinto com sangue, de menstruação, dentro da minha boca cabem até as bolas, as bolas de um canhão, bebo gasolina direto da mangueira, cuidado 

baby! Só ando armada pelas ruas...de balinhas, roxas, verdes, azul escuro...cinzas. Como você bem pode ver não estou pra brincadeira, ENTÂO ME COME, mas pare de me vomitar a semana inteira, é isso mesmo baby, o rolê é assim, bem Nina Simone mesmo, love-me or leave me. Gosto dos signos, de comer carne mal-passada, de calcinha fio dental vermelha e caldo de cana, velas aromáticas, incenso, arruda...gosto também de guitarras, do rock`n roll à psicodelia não tenho pré-conceitos, enfim curto também todos os narcóticos de uma forma geral e quando gosto de verdade de um cara ele tá fudido e mal pago, dou um presente pra Norma Bengell e deixo o despacho na porta dele, cravo, anis, pimenta, perfume e uma galinha bem gordona e depenada sangrando no seu tapetinho de lar doce lar. Faço vibrar celulares com a eletricidade que corre na minha pele, duvida? Pode encostar.






sexta-feira, 23 de novembro de 2012

LUI MALDITO


Não comeu nada o dia todo, apenas algumas migalhas de pão amanhecido e um pacotinho de bolacha passatempo, não que não estivesse com fome, estava faminto, a fome das feras nos coliseus romanos, mas é que a pilha de panelas sujas na pia o deprime profundamente e o faz querer voltar para a cama e dormir por cem anos, um pecado, a comida apodrece dentro dos pratos na sua cozinha. Se pude
sse comprar uma passagem pra qualquer lugar agora mesmo, iria pruma trip bem riponga, guardaria a jaqueta de couro bem arrumadinha no cabide e passaria uma temporada em Machu Pichu, Santiago de Compostela ou algo assim, São Tomé das letras pra ele já tava de bom tamanho, qualquer coisa nesse naipe contanto que não seja Aparecida do Norte, sempre achou Aparecida um destino meio cafona, ou então uma praia quente, sim, uma praia seria um destino perfeito, um mar imenso e azul-anil, as ondas prontas para serem rasgadas pelo seu corpão desajeitado, um cheiro de sal e escama grudando na pele, areia no calção, barulho, movimento, uma ganja bem fumada debaixo das árvores beira-mar, até prum acampamento ele topava, São Paulo às vezes pode ser uma dama blasé, a solidão das madrugadas opera milagres na cuca dos poetas dados à boêmia. A verdade é que as vezes Lui Maldito acha que está condenado ao silêncio das situações, as Moiras tecem seus fios misteriosos e ele se adapta aos acontecimentos, se agarra com força à qualquer nó de vida para não afundar no oceano revolto que sempre trouxe dentro si, não chora mais, nem de raiva, a cocaína secou suas lágrimas, e ele engrossa agora as fileiras do walking-dead baixo-augusta, quando leu seu horóscopo hoje, as previsões garantiam que seria um dia inesquecível, os astros não erram jamais, e o dia de certa forma foi assim mesmo, só que inesquecivelmente silencioso.






CADERNINHO

FIZ AS PAZES COM O SOL, como San Pãn é linda de luz acesa, acho que nunca tinha visto. ANGELA RORO se manifestou corpo e alma no Anhangabaú da Feliz- cidade, cantou os mantras obrigatórios do seu vasto cancioneiro mágico e me abençoou no final do show com um abraço, hoje acordei cedo e simpático, até sorri para as pessoas enquanto subia uma Augusta encharcada de sol ouvindo Just Blues no mp4. As 
bancas de jornal fecham nas tardes de domingo e eu ainda não comprei o novo número do Tex, me restam as bancas de shopping...Fico sem saber das novidades macarrônicas do Velho- Oeste, só tinha turma da Mônica, desolado compro uma Bud e desço as escadas rolantes com um anjo negro cantando pra mim, só nós dois naquele espaço, só podia ser pra mim, acho até que era Jazz, um negro bonito, já de idade, bem desses de New Orleans, um tipão de chapéu e tudo. Na Paulista um coro de anjos cafonas cantando noite feliz, um desrespeito sem tamanho com Apolo que vibrava seus raios de luz para degelar um pouco esse iceberg de ódio e intolerância que ancorou sem pedir licença nos portos do nosso dia-dia, e o problema não é só no nosso estado, é uma crise mundial que se instalou de vez nesse globinho de isopor azul carinhosamente chamado de planeta terra, o sol brilhava KUNDALÍNICO e eu me sentei na praça, sem problemas, lembrando que na noite passada, no meio da guita oriental do Club Noir, o Marcelo Watanabe mandou no meio da música um puta riff de noite feliz, obviamente, eu pensei comigo mesmo, existem também os anjos tocadores de guita, preciso comprar mais filtro solar, o meu acabou depois de quatro anos de uso, é isso aí mesmo, a vida é bela ANGELA, só nos resta viver.






SÓ RESTARAM PARA FLORBELA SEUS SONETOS DE AMOR


A vida sorri pra mim num mixto-quente de rock`n roll & prelúdio de Wagner, a morte baixou o pano sobre o ato final, fim, por favor mocinha traga mais uma dose de GIM! Callas se calou, desafinada como um pássaro cansado decidiu parar de cantar no meu peito, virou uma esfinge de signos, oca e sombria, fim baby, fim, basta, essa noite eu digo adeus aos fa
dos do destino, vou riscar todos os discos da Amália, a tragédia acabou, decidi ser um amante da vida, um Rodolfo Valentino paraguaio, um latin-lover-locão, vou inventar minhas próprias histórias, minha Tosca salvou Caravadossi das balas, saltou do muro e abriu um paraquedas iluminado e macio sobre uma Roma incendiada, minha Ofélia mergulhou no Avon usando um snorkel e montou uma banda de free Jazz com as sereias do rio. Tudo é silêncio e fogo dentro do peito e no meio dos escombros do bombardeio uma rosa floresce, Sylvia abre o forno pra tirar a lasanha congelada, Dalida ainda está viva e passa os últimos anos de vida na Jamaica fumando até a última ponta e dançando reggae com uma Winehouse re-habilitada. SILÊNCIO, gaitas gritam e choram de alegria, é a noite, aaaaaah a noite que se aproxima e o fantasma que rondou minha cama tal qual um gato carente se desfaz em minhas mãos, só restaram de Florbela seus sonetos de amor






OUTROS SONHADORES


Noite Artaud-Diana
a lua tava em leão
a noite do SIM

a noite do NÃO
Os ACORDES de Brecht
batendo uma loucurinha esquecida
meus índios enterrados querendo se manifestar
dançar no terreiro eletrônico, como um Deus Xamã
atabaques, chocalhos e ACORDES de Blues
SEDE/SADE
Anais Nin
Andy Warholl
e OUTRO
Água desabando no viaduto
os pensaventos diluídos pelo fog
e pelo véu fino dos cigarros acesos ao acaso
O bar tava quente
a breja desceu como uma cascata dourada na garganta
os reencontros são cósmicos
a noite em que o universo conspirou
contra e a favor
Salvador Dalí materializado na calçada
fazendo baby liss no bigodinho
O olho furacão dentro da Dorothy underground
a bruxa do Oeste voltou à assombrar as criancinhas
e eu fiquei com o nome sujo na praça
Chá de hortelã?
Com açúcar, por favor.
Banho, vela, vômito e tarot
um abraço do tamanho do mundo
Eu voltando pra casa de manhãzinha
e o Cazuza cantando no mp3
Tudo é amor mesmo se for por carma






SANTA RITALINA


Passei a noite ouvindo a SANTA
SANTA RITALINA
e acreditando que tudo vai mudar
que a dor vai passar

a serpente vai abraçar as hienas do ZOO
e depois de uma cacofonia de ossos triturados
vai niná-las dentro do berço da boca
quero ver o sangue escorrendo no moedor de carne
deslizando nas paredes do frigorífico azul
os hipócritas serão içados aos céus
pelo rabo e pela boca
tudo bem à la Bram Stocker mesmo
gosto da carne mal-passada mugindo no plat du jour
E amanhã quem sabe
depois da carnificina
da ganja merecida
do sol, que a muito não me beija a cara
e de uma maravilhosa trepada
eu encontre o que tanto procuro
O que é?
Nem eu sei bem
Um alguém? Eu quero alguém?
Bobagem Cazuza-grilo-falante!
Eu não amo ninguém
ninguém além de mim mesmo
meus textos, minhas folhas em branco
minhas penas entupidas de nanquim
o giz, o GIM
Sim.
o JAZZ
shove it up you ASS
e devore minha coleção do Bertolucci
o teorema do Pasolini, a persona do Bergman
a trilogia do Poderoso Chefão
Não.
Acho que sou um solitário afinal
cheio de ritos e ratos
gostos e graças
o mundo me chuta, me rotula,
me dá as costas, escarra na minha cara
mas eu não sou pego de assalto
tô em paz meu bem, tô zen
Saaaaai zica! Nem vem!
Vou tomar um banho de manjericão, me Saravár
Não deixo vida me nocautear
com suas luvas Pretorian vermelhas
me passa a toalha baby
quando bato no saco de areia costumo suar
um bocado






RUDE BOY


O deserto dos seus olhos em fogo
seu corpo estourando em explosões de raiva
explodindo as fagulhas
queimando 

a faixa de Gaza do teu colchão
se consumindo de preocupações e contas pra pagar
as toneladas de comprimidos de Oberon
as capsulas titânicas que põem pra dormir os cavalos
O vaso do banheiro que nunca se cansa do whisky importado
Que direito tenho eu de te impedir de viver?
Você na pista dançando System of a down
eu tava com a camiseta do Black Sabbath
enlouquecendo com um bombardeio de Red label
e você lá, dançando no meio da fumaça neón
sem camisa, o espinheiro tatuado no teu peito
te abraçando como uma cerca de arame
o cara mais lindo que conheço
o louco que resolveu me amar
abaixa a arma baby
vou esconder as tuas balas douradas
evitando assim a tragédia de sangue na cozinha
ou prefere,na manhã seguinte
lamentar o azulejo estourado sobre os joelhos?
A morte sempre foi SUA companhia
mas eu ainda tenho uma vida toda pela frente
e enquanto mastigo seus picos de felicidade histérica
e flutuo no oceano de drogas que esconde seus monstros
e seu street fighter noturno
Você acorda todas as manhãs
e em silêncio
diz que já se cansou de mim






DUAS NOTAS DO MEU SUBSOLO


I
Ontem a noite foi foda
fodona, fodástica

Acho que a morte
a velha senhora drástica
que ficava sorrindo pra mim
me seduzindo com sua maçã apodrecida
enchendo minha cachola com idéinha suicida
finalmente estava sem balas no tambor
E foi porisso que na hora do BANG
...
Ela não atirou
O precipício em meus pés já não existe mais
dei uma boa esnobada na dor
e os exús- titãns foram trancafiados
amordaçados
debaixo do mar dos afogados
Por quanto tempo? Ainda não sei
só as sereias sabem
Não faz diferença, que leve o tempo que for necessário

II
Ontem tava tudo foda
Iansã tava girando em Wallstreet
Barravento-big-aplle
agitando as saias da Liberdade lésbica americana
enquanto isso
aqui em San Pãn a lua tava cheia
em Touro
A rua tava quente,
Oxúm coberta de Ouro
e minha mão foi lida na porta do inferno de Dante
por Beatriz
Uma vida linda, ela disse
me poupando de uma morte qualquer na primeira esquina
Salvador Dalí esteve aqui
comigo
decidiu finalmente ser meu amigo
e com ele todo um cordão surrealista
desfilando pela praça
um carnaval bizarro e bem-dito
Maya Deren, Jean Cocteau
o mais normal do rolê atende pela alcunha de Artaud
A vida resolveu me chocar

E todos levantaram da mesa antes de virar abóbora
deixando recibos e notas de vinte
só os amigos bebem até as cinco da matina
Qual é a próxima parada? O boteco da esquina?
Cara,as noites quentes são curtas
mais curtas que as minisaias da Lara
Os caras no carro talkin` `bout my generation
just because we g-g get around
Paz
o movimento da roda, o ronco do motor
a liberdade que só o vento na cara traz
Outro bar
Colocam na Junkebox um do Hendrix pra girar
Castles made of sand
e eu fico na calçada com um copo de plástico na mão
de olhos fechados, desejando um happy end
Os bares estão fechando cada vez mais cedo
nas segundas, nos restam apenas as sinucas de quinta
as meninas dançam sobre os escombros dos puteiros
a noite é quente e apesar da tristesa da cidade
exaltamos a vida nas madrugadas
somos todos sobreviventes do nosso próprio veneno
O diabo loiro que toca guita me oferece cachaça com mel
eu aceito
vida Brum
acendo um
e desço a Augusta feliz
compondo uma balada pra Geyse Arruda
e abanando o rabo como um cachorro bobo
A vida é boa Domingos de Oliveira
Muito boa






terça-feira, 23 de outubro de 2012

HECATOMBE



Hécate Hécate
Rock `n roll
a lua tá branca
eu ouço um disco de SOUL
dose de JAZZ
EVOÉS
sussurrados pelas esquinas
das putas AUGUSTAS
das pombas-giras-meninas
O bem que você me faz
os segredos verdes que a noite traz
cavalgando em sua força atômica
Hecatômbica
Traz, baby, traz
uma cartela de cigarros lacrada
que eu quero morrer fumando
nos seus braços
ou então quem sabe
antes que a noite acabe
a gente queime a Baby- lônia
com uma paranga de HAXIXE XAMÃ
latinhas de Skol
e cítaras de Brahma
na cama
o Kama-sutra aberto
Caralho! Como é bom ter você por perto
escalando minhas montanhas
de sono
Sou seu cão sem dono

Hécate Hécate
Rock `n Roll
A lua tá escura
Pra onde vou?
Sorri pra mim baby
GIM, sim
Queima em meu peito
uma chama sem fim
CARMIM
derruba meus muros
meus demônios mais escuros
recebe meus murros
jab`s malditos
na cara
minha tara, é silenciar seus cães
que me mordem a cabeça nos pesadelos
e dançar pra sempre no seu Black Sabá
Pra onde vou?
Pra onde quer que eu vá?
Sacerdotisa dos infernos de Baco
os cachorros que fiz chorar
fui um loser, um fraco
as baratas que já matei
com veneno de rato
o animal que existe dentro de mim
pede sua proteção
suas veias, seu pulmão
Vai começar o primeiro ato.




terça-feira, 16 de outubro de 2012

MEU BEAT-BOY-ERÊ


Ando sorrindo a toa pela calçada 
noite alta, lua iluminada
GIM! GIM! GIM!
Sim, ando enchendo o cu de GIM!

E chegando na praça cheio de ginga
Queima BABY-LÔNIA
Queima-queima BABY-LÔNIA
TOQUEI O FODA-SE
e chutei as mandinga
LAROYÊÊÊ Exú LAROYÊÊÊ
Cansei de você!
De todo esse seu nhê nhê nhê!
Cara, chega de enrrolação
Quero mais é rock`n roll, adrenalina, tesão
No seu coração baby
só tem nicotina
estricnina
e outros pesticidas
A culpa é minha se suas emoções são suicidas?
Ando agora de coração aberto
e quando fumo minha ganja
e chego perto
de você
seu filho da puta
meu beat-boy erê
rogo pras pomba-gira
Maria Mulambo
Padilha
pras tecno-rainhas da mata
do meu sangue tupinambá
Você olha prum lado e disfarça
olha proutro sem me cumprimentar
seu dia baby, ainda vai chegá.






quinta-feira, 11 de outubro de 2012

TRAGO BOAS NOVAS !!!


Ontem a noite
lua canceriônica
o escuro, muito safo
deu uma risadinha 
a morte sorriu pra Billy 
e o dândi-doidão pulou de ponta
caiu de cara no limbo
mas ele disse, não!

Ainda tenho muita coisa pra fazer
muitos desenhos
histórias pra terminar
muito rock`n roll
life`s BLUES BABY
life`s JAZZ
e eu sou um babaca admito
um babacão que acredita na felicidade
Billy Ballantines então, deu um tapinha na pantera
Pediu uma pizza de calabresa
arrotou uma coca-cola on the rock`s
a nuvem negra de chuva
a nuvem maldita que pairava sobre ele sumiu
foi embora, não volta mais
Billy escolheu então a vida

CANSAÇO OU O DESESPERO DE BILLY BILLANTINES


Billy anda fumando cigarros que não seus
tomando remédios que não precisa
fazendo pactos com o diabo
cheirando o pó dos cadáveres
tendo overdoses de músicas francesas
mastigando diamantes e ossos
anda pedindo carona à fantasmas
e fazendo amor consigo mesmo

Uma dose de coragem por favor, ele pediu na farmácia
e foi para um banheiro publico se picar no braço.
Sua vida tá foda
anda até bebendo gasolina no gargalo
sem se importar com a faísca acesa no peito
a chama da vida que aos poucos tá se apagando
Sua vida é um filme P & B
Mudo
o silêncio escorre no seu quarto escuro
seu bunker-bacana
bat-caverna
onde cataloga as histórias em quadrinhos
os filmes do Bergman e seus livros inacabados
Billy troca ideia com as paredes, elas o entendem
suas respostas vazias o consolam
paredoterapia, ele diz
O cara que aprendeu a viver sozinho
não espera mais nada de ninguém
afinal sua família nunca soube abraçar
Hoje em dia ele fica pelos bares, pra lá e pra cá
FAMINTO
uma fomme-fatale
uma fome de vida
no entanto no café da manhã
acomodado na mesinha
garfo e faca prontos para o corte
só lhe são servidas as migalhas da morte
A morte alias anda junto dele, sempre andou
é um garoto amaldiçoado desde os 12
quando aprendeu a cantar “Ne me quitte pas”
seu mundo já caiu tantas vezes desde então
os 27 estão chegando, a idade maldita
e Billy está cansado de tudo
E seu desespero, a dor que sente no peito
nunca vai passar
Nunca



DESEJO


Devorar feito traça as páginas do teu livro
rabiscar seus cadernos
riscar todos os seus discos de jazz
para que dessa forma, o silêncio invada sua casa
e tudo se consuma leeeeeentamente dentro de ti
pra que a música te abandone e não sobre mais nada
O que restará de ti sem as rotações de vinil baby?
Silenciarei suas divas negras americanas

taparei seus beiços gordos, inchados
pra que as musas nunca mais cantem pra você
Você merece o silêncio cara e a solidão de uma noite vazia
uma noite sem lua
amigos, sinuca, cigarros
uma noite sem whisky
Você já deve ter percebido baby
meu amor virou ódio
E mesmo assim, eu te desejo